O fim da espera que angustia um ser lapidado, um ser dolorido pela angústia de simplesmente não saber. Este não saber é o que mais transfigura o ser humano, pois é uma ausência é a falta de estar perto, é estar terrivelmente longe, mesmo sentindo a outra metade de si mesmo dentro de seu próprio peito.
Quisera envolver a figura da pessoa amada em abraços, que são as correntes do amor. Quisera transformar os sonhos em realidades concretas. Quisera ter o poder de fazer planos e vê-los refletidos num olhar repleto da mais pura esperança. Ah, como um ser enamorado sente falta da outra metade. Parece um cego sem a bengala ou sem o cão à espera para guiá-lo, mas é mais que isso, é pura e simplesmente a ausência do sol e do sal na vida humana, um desalento, ou quem sabe como diria Bandeira: um desencanto.
Quisera eu ter a coragem dos que sonham alto e acreditam em seus sonhos para lutar pelas suas idealizações e ter a certeza que cada uma delas pode se transformar na vida dividida, na vida em par, na vida a dois, na vida compartilhada, que se torna o que de melhor as pessoas podem querer ou aspirar em sua trajetória…
A presença da ausência naqueles dias de angústia por simplesmente não saber é capaz de dilacerar a alma, de escancarar a dor e fazê-la sair em forma de lágrimas. As lágrimas que, neste contexto, são a imagem real da tristeza, são pedaços de solidão, de sofrimento, são a personificação de uma distância acentuada.
Quisera eu poder desvendar os mistérios dos olhos daqueles que amam, daqueles que sofrem por amor, daqueles que são incompreendidos na sua forma de amar… quisera eu ter a coragem de mudar o curso da vida… quisera eu ser apenas eu!
O que me acalenta é que todos os seres humanos têm esta coragem, podem trazê-la à tona por alguém, aquela pessoa escolhida, plagiando Vinícius “sem a qual a vida é nada, sem a qual se quer morrer…”, portanto esperar é uma dádiva e trabalhar para que a espera se torne curta é um desafio. Todos são talhados para vencer desafios, pois todas as pessoas merecem ser felizes alcançando os seus propósitos. Vamos em busca de nossos sonhos, caminhemos que encontraremos a saída ou mesmo a entrada para uma nova vida.
Quero antes viver a intensidade do que se dispõe a minha frente como um portão que se abre de par em par, de dois em dois. A vida é par. Nós somos ímpares, para que saibamos que devemos nos juntar, nos unir a outra pessoa para podermos encampar descobertas, redescobrir os segredos da vida, reaprender a caminhar…
Quero aprender, pois sou uma eterna e vacilante aprendiz da vida a caminho do desconhecido, por meio de algo deveras muito conhecido, por meio de sentimentos reais que se instalam dia após dia dentro de todo o meu ser.
Por: Edi Souza
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