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quinta-feira, 24 de junho de 2010

O gol do Brasil


Que estranho sentimento nos domina nesta época de Copa do Mundo… é olhar para os lados e encontramos referências ao maior evento futebolístico já organizado e pensado pelo ser humano. Que poder é este encontrado neste esporte tão fascinante, capaz de arrastar multidões; trazer o brilho no olhar das pessoas mais desesperançadas, fazer renascer os sonhos nos semblantes cansados da longa e árdua espera por dias melhores; possibilita unir e esquecer mesmo que pelo breve espaço de 90 minutos as diferenças, as desigualdades sociais, raciais…

A seleção brasileira entra em campo e um só pensamento domina os 190 milhões em ação… é estamos todos em ação, a simples, pura, calorosa e deliciosa ação de torcer pelo Brasil, poder ver o triunfo brasileiro diante dos demais países, aqui o orgulho nacional está em voga e em alta: somos os maiores, os melhores do mundo, o gigante do futebol…

Pena ser a Copa do Mundo apenas de quatro em quatro anos e durar apenas um mês: sete partidas se a seleção brilhar e conseguir chegar à final. Ideal seria um país irmanado em 365 dias de espírito de Copa do Mundo, em que cada um respeitasse o outro, se abraçasse, chorasse junto, auxiliasse, ajudasse o vizinho de rua, mas não no enfeite do bairro, mas nas suas reais necessidades. Bom seria que cada cidadão brasileiro não desse espaço ao preconceito e preconizasse aos quatro cantos os direitos de cada um assim como em uníssono é gritado um gol do Brasil. Maior gol do país seria deixar de lado estes sentimentos carregados de negativismos que jogam as pessoas para baixo, que ferem, que humilham, que machucam…

Bom seria termos um país em constante Copa do Mundo e realmente lutássemos por dias melhores, por pessoas melhores, por um país mais humanitário, mais forte, mais unido…

Por: Edi Souza

domingo, 23 de maio de 2010

As discrepâncias da Copa


“O Parque Kruger, no nordeste do país, é a maior reserva natural da África. Em 2006, um consórcio ganhou a licitação para a construção de um estádio na entrada do Kruger, na cidade de Nelspruit. Entre as exigências do grupo, estava a de que engenheiros e trabalhadores especializados fossem instalados em locais onde a luz e os aparelhos de ar-condicionado estivessem garantidos. A única edificação em condições era uma escola primária de uma favela perto da obra. O governo da província não teve dúvida: há três anos a escola abriga o alojamento dos trabalhadores. As crianças foram transferidas para salas de aula provisórias, em contêineres de alumínio sem ventilação ou janelas.

Com colunas cor de laranja que lembram girafas gigantes, o estádio de Nelspruit custou 140 milhões de dólares. Palco de quatro dos 64 jogos, ele será usado por apenas seis horas durante a Copa. E dificilmente conseguirá depois lotar seus 46 mil lugares.

(…)

A FIFA rechaça a pecha de elitismo. Argumenta ter reservado 174 mil ingressos a serem distribuídos entre jovens pobres e operários que trabalharam nas obras da Copa…”

Revista Piauí, Maio

O maior evento esportivo do mundo está prestes a ser realizado. E desta feita será num país de contrastes: riquezas para pequenos grupos, novos ricos surgindo e muitos pobres e miseráveis sem assistência governamental ou de qualquer outra esfera.

Há inúmeras favelas na África do Sul e como em todas as favelas as carências e necessidades são muitas, incontáveis.

Para se realizar um evento como a Copa do Mundo, é necessário um investimento exorbitante. A estrutura que atenda às exigências da FIFA são muitas e caras.

A reportagem da revista Piauí deste mês faz uma análise profunda do evento e ressalta o contraste entre as camadas sociais. E deixa claro o que o mundo vai ver durante a realização do evento: riqueza, ou seja, o mar de miséria será envolto por belas imagens. Onde estarão os pobres da África durante o evento?

Outro aspecto interessante é o investimento em áreas e estruturas que serão verdadeiros elefantes brancos. A população não terá acesso a estes estádios e outras edificações.

Para que se gastar tanto em um evento de poucos dias quando diariamente as pessoas passam necessidades, fome, falta de condições básicas e dignas de moradia e de vida?

Infelizmente, há a questão dos desvios de verbas, do enriquecimento ilícito, da promoção pessoal e governamental. E o povo? É só um detalhe, deixe-o com o circo, pois sempre é tratado como palhaço mesmo.

Por: Edi Souza