A classe artística da cidade de Paranaguá passou por dias de lamentações. Esta semana, foi selada de vez a entrega da Igreja da Ordem à Mitra Diocesana. O espaço serviu como teatro no município por muitos anos, no entanto, agora retorna as suas origens, servindo de palco para celebrações litúrgicas. Por meio desta concretização, da passagem do comando da localidade da prefeitura para a Mitra, pode-se observar algumas proposições salutares.
Em primeiro lugar, é preciso que a população se atenha ao que é importante realmente para a cidade. Cultura e religião são fundamentais para o desenvolvimento integrado da coletividade. Mas faz-se necessário respeitar as condições básicas para efetivação das atividades. Neste caso em específico, não se pode negar que a realização de apresentações cênicas na Ordem realmente não encontrava a estrutura adequada. O local era pequeno, a acústica não favorecia, os apreciadores da arte não tinham o conforto necessário para acompanhar a peça, ou seja, a arte não encontrava o merecimento necessário.
Porém é fundamental se ressaltar aqui que a maneira como tudo transcorreu deixou evidente um desrespeito para com a classe artística da cidade, pois ficou a partir de agora em que local estes artistas poderão se apresentar, ou seja, qual a estrutura eles terão à disposição? Onde serão os ensaios? Para se alavancar a arte em nossa cidade é preciso que as pessoas envolvidas com os movimentos artísticos e culturais tenham espaços para desenvolver suas potencialidades, seus projetos. Por isso, seria mais ético ter retirado os atores da Ordem apenas quando já houvesse um lugar propício para as artes cênicas.
Agora, tudo está feito, a medida é irrevogável, portanto, não adianta nada os artistas ou pessoas ligadas à área ficarem se lamentando e voltarem sua revolta para a igreja ou Poder Público. Um novo tempo começa e a classe artística precisa se unir. Tentar outras formas para mostrar seu valor, criar, usar criatividade, protestar para que mais pessoas se unam em prol da inauguração do cine-teatro, para que esta briga entre administração municipal e estadual não continue, perpetuamente, atravancando o progresso da cidade como um todo. Mais ação e menos, como diria alguém especial, “falácias”.
Por: Edi Souza
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