segunda-feira, 16 de março de 2009

Por quem os sinos dobram


As pessoas entram e saem da nossa vida numa proporção assustadora. É interessante a forma como isso se processa. Ninguém se cruza por acaso. Cada pessoa tem uma importância em nossa vida, cada uma tem algo a acrescentar, seja um ensinamento, uma forma de encarar a vida, ou mesmo uma nova forma de sonhar ou ver um problema sob uma nova perspectiva. Cada ser que nos acompanha por um tempo nos mostra caminhos, alternativas, nos traz à realidade ou nos afasta definitivamente dela, nos faz sonhar, vislumbrar novos horizontes.
Algumas dessas pessoas transformam a nossa vida. São alentos para a nossa alma, são como complementos para a nossa existência. Normalmente estas entram suavemente como brisas e em breve se transformam em tempestades, tal o redemoinho que causam em nosso íntimo… a muitas dessas pessoas dizemos que amamos, elas são ou se tornam a razão de nossa vida, “por quem os sinos dobram”, o nosso norte, nosso caminho, nosso porto seguro. E com estes seres iluminados passamos a dividir nossos pensamentos, nossas vontades, angústias, dores, sofrimentos e, principalmente, nossas alegrias… parece que a vida se torna cinza quando um está longe do outro, como se um oceano de tristeza invadisse o coração solitário dos amantes, dos enamorados. Um vazio, este vazio tão conhecido de todos nós, se intensifica e parece se tornar impossível continuar caminhando sem a presença desta pessoa.
No entanto, cada um de nós deve pensar que mesmo quando não estamos na presença de quem mais amamos, os eleitos estão em nós, quando há amor, um completa o outro, um está no outro e jamais quem ama o verdadeiro amor está sozinho. Cada gesto, cada pensamento nos traz a pessoa, nos lembra que por onde quer que estivermos caminhando não serão passos solitários, não existe mais eu ou você… apenas nós, apenas o sentimento de poder enfrentar todas as desventuras, todos os obstáculos, pois não estamos mais sozinhos, estamos fortalecidos pela presença constante do outro.
Até a saudade que sentimos é boa, uma vez que é a personificação de alguém distante. É como dizer: “Em algum lugar alguém pensa fortemente em mim” e você ter a certeza que neste mesmo lugar uma pessoa respira e pensa com a mesma intensidade em você. O amor não nos permite andar sozinhos, somos eternos acompanhados mesmo quando distantes. Amar é encontrar uma solidão que se ajusta à sua e viver uma solidão para sempre acompanhada. “Duas solidões que se completam”, duas vidas que se encontram e se auxiliam, se entendem…
Por: Edi Souza

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