terça-feira, 3 de março de 2009

Paranaguá: polo turístico


“Com a construção do Terminal estaremos dando um imenso impulso na indústria turística do Paraná. Os turistas, com a proximidade de aeroportos, ferrovias, boas estradas e se encantando com as nossas imensas belezas naturais, estarão consolidando uma nova economia no litoral, a indústria que não polui, a indústria turística”, assegurou o prefeito Baka.
Paranaguá recebe diariamente o status de cidade turística. E não se pode discordar que o município tem realmente potencial turístico. Hoje em dia a indústria que não polui, o setor de turismo, é responsável por inúmeros empregos diretos e indiretos. São muitos exemplos bem sucedidos de cidades despontando no Brasil e no mundo embasando a economia neste ramo. No entanto será que Paranaguá está pronta para o turismo? Teria o município capacidade para receber turistas de diferentes partes do mundo e fidelizá-los?
Ao realizarmos uma pequena análise sobre os principais quesitos fomentadores de recebimento de pessoas, clientes potenciais, pode-se chegar facilmente à resposta a essas questões supracitadas. Primeiramente faz-se necessário um investimento maior na área e a consciência de que só as belezas naturais não serão suficientes para se tornar um local atrativo turisticamente. Os diferentes pontos turísticos da cidade se encontram deixados de lado, entregues ao desgaste do tempo, isso pode ser facilmente verificado com o prédio da Estação Ferroviária, o local está completamente abandonado. Há um embate para que o trem de passageiros venha até Paranaguá, mas é importante pensar sobre o que estes turistas encontrarão em Paranaguá. Hoje vivemos rodeados de lixo, falta de opções de lazer e entretenimento, péssimo atendimento em tantos locais e estabelecimentos comerciais, descaso com os monumentos, além de constantes atos de vandalismo da própria população. Em vista disso, não se pode afirmar que a cidade nesses está preparada para o recebimento de turistas.
Quando uma pessoa viaja, quer encontrar coisas bonitas e bem cuidadas, não quer dar de cara com pobreza e miséria, ou descaso para com a história, a cultura ou a memória do próprio povo. As pessoas podem argumentar que a cidade é favorecida pelas belezas naturais. Perfeitamente correto: a Ilha do Mel é um paraíso, mas também sofre com problemas de infraestrutura e falta de investimento. Quantos dias são necessários para um turista conhecer todos os pontos turísticos do município e se mandar de nossa cidade cheio de intenções de não mais voltar? Neste momento, o que temos é exatamente isso: a expulsão de turistas, aqui ele não se sentirá acolhido.
Mas este cenário pode ser modificado, desde que haja políticas sérias voltadas para este setor, tais como: criação de grupos para pesquisa e análise de mercado, com atuação de fiscalizadores dos diferentes atributos turísticos, desde recebimento em hotéis, restaurantes, bares e outros, é importante analisar a satisfação do cliente e as reais necessidades e anseios destes turistas; limpeza e conservação dos bens públicos; marketing e propaganda dentre muitas outras ações. Os estabelecimentos comerciais precisam estar mais bem preparados, atender melhor, oferecer serviços que primem pela qualidade é necessário criar mais opções de lazer e entretenimento. E não podemos esquecer que quem viaja tem dinheiro para gastar, consequentemente, poderá alavancar a economia do município, criando uma nova forma de centralização da economia. Outro fator importante é em relação à conscientização das pessoas no tocante à preservação dos locais. É inconcebível a ideia do próprio munícipe depredar, destruir o patrimônio público. Cada cidadão deve agir com responsabilidade diante do bem público e ser um agente fiscalizador e não se portar como alguém não civilizado, destruindo e gerando gastos desnecessários do nosso próprio dinheiro.
Texto: Edi Souza
Foto: Gediel Mendes

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