As favelas (parte II)

Em todas as cidades brasileiras há a presença de locais habitados e que não apresentam as condições necessárias para abrigar seres humanos. Mas a quem compete evitar essas ocupações e por que elas ocorrem?

A cada dia verifica-se uma deteriorização no sistema educacional brasileiro. A educação já não tem tanta importância. A grande maioria das pessoas se contenta com pouco e não percebe as possibilidades que se abrem diante de seus olhos. Mas em virtude da baixa escolaridade, intelectualidade e cultura da população, as pessoas acabam ganhando menos e se submetendo a qualquer tarefa, mesmo com baixa remuneração. Ganhando pouco, a qualidade de vida fica à margem e com esta qualidade de vida comprometida, o primeiro quesito a ser evidenciado é a moradia.

As pessoas buscam lugares com menos taxas e livres de impostos para residir. Mesmo sendo áreas proibidas, muitas vezes de proteção ambiental, como o mangue, encostas, margens de rios e outros, não há outra possibilidade e uma nova comunidade é fundada nestes locais.

No entanto, é importante frisar que há muita especulação e interesses escusos, principalmente no meio político. Além da grilagem, ressalta-se no tocante à moradia, a manipulação de muitos políticos, os quais oferecem espaços para a construção de moradias em locais inapropriados. A pessoa, sem condições e sem intelectualidade suficiente para argumentar, aceita a oferta tão benevolente em troca de votos. Assim, vida que se inicia, comunidade nova no pedaço e em breve batalhas judiciais, ações de órgãos ambientais e promessas e mais promessas de realocações que muitas vezes não saem do papel.

A população é vítima de especulações, de políticos e de si mesma. É preciso mais consciência de cada pessoa da comunidade para defender seus direitos, para agir como um cidadão de verdade, para ter dignidade na sua vida e na sua família. Não existem favores, existem diretos e deveres, se algo destoa disso, certamente há interesses.

Por: Edi Souza