sexta-feira, 23 de julho de 2010

Parabéns, Paranaguá! Parte 1

Uma senhora de respeito que pode se enquadrar em muitos quesitos do Estatuto do Idoso. Abandono, maus-tratos, descaso entre tantas outras ações que denotam a forma como vem sendo tratada a cidade mãe do Paraná podem ser verificadas por qualquer pessoa, seja ela atenta ou até mesmo meio desligada, pois mesmo os cidadãos desligados, aqueles que andam no mundo da lua não conseguem deixar de perceber os infindáveis buracos que avançam em diferentes vias do município.

Paranaguá está completando 362 anos. Uma cidade histórica que, segundo as autoridades entendedoras de turismo, é uma mina de ouro para o terceiro setor, a indústria sem chaminés, sem fumaças, aquela que traz dividendos para os cofres públicos e faz ecoar o nome das cidades em diferentes polos do mundo, mas a realidade é bem diferente e para confirmar tal fato basta uma rápida passada pelos locais da cidade em um domingo à tarde para percebermos a falta de opções, o descuido para com os logradouros e monumentos históricos, além da falta de investimento do Poder público e do setor privado em atividades e alternativas de lazer e entretenimento.

O que um turista pode fazer em Paranaguá num domingo à tarde? Quem sabe sentar à beira do Itiberê e se encantar com a bela paisagem, não se pode negar que realmente é um local lindo, de tirar o fôlego, mas temos que segurar mesmo a respiração ao sermos interrompidos dos devaneios por pedintes, mendigos, moradores em situação de rua e alguns drogados e cuidadores de carro. Estas pessoas em tom muitas vezes ameaçador intimidam tanto a população local quanto os visitantes.

Outros fatores importantes a se ressaltar é a ausência de bares, casas noturnas, restaurantes e outros que atendam de forma diferenciada, pois turista está em férias, ou seja, não tem hora para nada. Se alguém quer ficar até às 4h da madrugada em um bar, certamente passará pela cena constrangedora dos atendentes levantando cadeiras e colocando sobre as mesas: um autêntico “vai nessa, chato, eu quero fechar e ir para casa dormir”.

Assim segue a vida. A nossa tão querida Paranaguá me lembra os versos do grande Vinícius de Moraes: “pátria minha tão pobrinha”, pois é, aqui podemos alterar para “terra minha tão pobrinha, abandonada e sem luz”.

Até quando, meu Deus?

Por: Edi Souza

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