quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

As tragédias e as explicações


Anualmente, as catástrofes estampam as manchetes dos meios de comunicação e fazem com que um grande número de pessoas se comova em virtude do sofrimento de milhares de vítimas de tais tragédias. Acidentes aéreos, trânsito violento, assassinatos… muitas são as formas de manifestação de tais acontecimentos, no entanto, as que têm atingido maiores proporções são, indiscutivelmente, aquelas decorrentes da fúria da natureza.

Tsunamis, enchentes, secas, ondas de calor, furacões, nevascas, terremotos são fatores comuns nos meios jornalísticos e, consequentemente, na vida de cada ser humano. O mundo está neste momento envolto em notícias sobre a tragédia que se alastrou sobre o Haiti, o grande terremoto que atingiu mais de sete pontos na escala Richter. De acordo com as informações que chegam, e são muitas, instalou-se o caos na região, são inúmeros mortos, ainda incontáveis, feridos, pessoas com lares, esperança, sonhos destruídos e desfeitos.

Neste cenário surgem as hipóteses, as argumentações, as inquietações humanas em saber o motivo de tal manifestação tão violenta… e no meio da grande rede, muitas são as cogitações, as suposições… uma delas é voltada para a religião e para a crença.

Ouvir de um povo que crê no Deus do cristianismo que tal fenômeno, que tal catástrofe é fruto da crença daquele povo é um tanto quanto revoltante. Como pode alguém cogitar que os sofrimentos daquele povo são advindos da sua crença? Não posso assentir com esta concepção de um Deus tão vingativo e punitivo. Outro fator preponderante é que se torna importante analisarmos os fatos da vida com isenção. É preciso analisar os acontecimentos sob o prisma da razão, da ciência. Terremotos requerem explicações científicas. São fenômenos que facilmente são explicados por meio de uma rápida pesquisa em qualquer site ou livro de ciência.

Impressiona-me a facilidade com que as pessoas acreditam em factoides, em senso comum… precisamos ser mais lúcidos, mais voltados à realidade. Todas estas pessoas atingidas por estas tragédias são tão humanas quanto qualquer um de nós, são seres humanos passando por um sofrimento sem proporção. Agora, todos que acreditam num Deus benevolente, não num ser punitivo, precisam se ater ao sofrimento humano e se solidarizar. Há campanhas para arrecadação de donativos, melhor que apontar o dedo para a religião ou crença daquele povo é estender os braços mostrando os princípios fomentadores do cristianismo: o amor fraterno.

Por: Edi Souza

Um comentário:

  1. Edi, mais uma vez você está de parabéns pela maneira com que expressou os sentimentos, hora jornalistico, hora crítico, hora humano.
    Infelizmente como sabemos, as pessoas são altamente sugestionáveis e se deixam levar por bobagens que muitas vezes são ditas por pessoas que no mínimo deveriam se calar e muitas vezes por tipos de "profissionais" da imprensa que se acham donos das verdades.

    Parabéns por você, em poucas palavras, exprimir o que deveria ser feitos não só pelo sofrido povo do Haiti, mas pelo nosso povo também, pois tragédias se abatem constantemente em nosso país mas "sem tanta significancia" para nossos políticos.

    Maysa Carla

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