Cada pessoa é única, indissolúvel, inigualável. Tem-se a perspectiva que muitos seres humanos representam uma célula que envolve, um invólucro capaz de deixar passar vislumbres aos demais seres viventes. Ou seja, o que vemos e conhecemos destas pessoas que nos cercam constitui-se apenas numa fagulha, num espectro do que realmente está encerrado no coração ou no mais profundo “eu”. Só conhecemos o que nos mostram e, invariavelmente, a maioria das pessoas nos mostra bem pouco.
Não sabemos codificar muitos sinais, interpretamos de maneira errônea, somos fadados a erros de julgamentos… tudo isso representa simplesmente o resultado do que somos e da capacidade que não nos assiste de conhecermos a essência das coisas.
Há uma frase na literatura intimista de Clarice Lispector que encerra a mais perfeita verdade sobre os indivíduos: “De mim só se sabe que respiro”…
O que as pessoas que estão a minha volta sabem sobre mim? Sabem das dores? Dos sentimentos? Das angústias? Das solidões? Das causas da felicidade? Não, não sabem, apenas supõem. Mas para mim isso me basta, basta saberem que continuo viva, que respiro, que sou eu, que tenho meus mistérios, meus segredos… cada um tem um segredo, mesmo quando o tenta ocultar até mesmo de si próprio.
E a vida segue, a certeza que todos continuarão apenas sabendo que permaneço, que respiro, que estou viva é o que me basta…
"Minha força está na solidão. Não tenho medo nem de chuvas tempestivas nem das grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite".
Por: Edi Souza
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