A cidade considerada berço da civilização paranaense, pois de acordo com os registros históricos a formação do Paraná teve início em Paranaguá, passou recentemente por inúmeros problemas em decorrência de fortes chuvas que assolaram a região. Em uma semana instalou-se o caos entre a população parnanguara, a qual se viu sem o abastecimento de água, isso em virtude da destruição pelas forças das águas dos mananciais que abastecem a cidade.
Aproximadamente 150 mil pessoas foram afetadas pela falta de água. As únicas formas de conseguir o precioso líquido era por meio da união e solidariedade da própria população. Muitos estabelecimentos comerciais e proprietários de residências que possuíam poços artesianos passaram a disponibilizar água para os vizinhos e demais pessoas da comunidade.
Em um primeiro momento, assim que as pessoas tiveram conhecimento da gravidade do problema, muitas foram tomadas pelo desespero, principalmente, em virtude da falta de acesso à cidade, pois pontes que ligam Paranaguá à capital do estado, Curitiba foram derrubadas pelas enxurradas. Com isso, nenhum carro, de qualquer espécie podia passar.
Neste cenário, uma velha prática na cidade mãe do Paraná voltou à tona e com uma enorme força: a indústria dos boatos. O primeiro foi em relação ao desabastecimento da cidade. As informações corriam “à boca miúda” e a cada momento eram piores, mais assustadoras: água mineral que acabaria, depois o desabastecimento de combustíveis e, na sequência, dos próprios gêneros alimentícios. Isto foi o necessário para que a população promovesse uma verdadeira correria aos estabelecimentos comerciais, postos de combustíveis, supermercados, entre outros. A aflição, o medo, angústia eram percebidos nos semblantes de todos os parnanguaras que se viam impotentes diante de tal calamidade…
E os fomentadores de notícias infundadas não pararam por aí. No decorrer da semana foram mais boatos, um a cada dia. Chegou a ser cogitada a falta de energia elétrica, o que motivou outra correria ao comércio local, agora a população ia atrás de velas.
Em meio a tudo isso, o que mais aflige é saber que um dos elementos fomentadores destas notícias infundadas era a própria imprensa, pois muitos dos boatos foram disseminados por “jornalistas” ou “repórteres” a serviço de algumas empresas “sérias” do ramo.
É importante que a população separe o joio do trigo e consiga perceber quais veículos de informação trabalham verdadeiramente em prol do bem-estar da população. Além disso, é importante que todos profissionais da imprensa tenham o compromisso com a responsabilidade de bem informar e a ética que é inerente ao exercício desta bela profissão: o jornalismo.
Outro fator a ser destacado é em relação à veracidade dos fatos, pois um verdadeiro jornalista deve antes de divulgar checar suas informações, ir atrás da verdade, pois compete ao profissional relatar a verdade dos fatos.
Agora, as coisas estão voltando ao normal na cidade. Então é hora da população se ater aos elementos que compuseram esta fatídica semana e transformar isso tudo em conhecimento. É preciso aprender com os fatos. Assim, critérios como a importância da água e de seu racionamento, o envolvimento de políticos em causas sociais e a representatividade destes junto aos problemas, ou seja, é necessário analisar quem está sendo eleito para representar o povo, porque muitos após a eleição dão ás costas aos seus representados, outros usam os problemas como vitrine para novos cargos eletivos. Então, é o momento da população parnanguara ser mais “antenada” com a realidade e repensar muitas atitudes. Quem sabe com o compromisso selado entre a própria população Paranaguá deixe de ser considerada a terra dos boatos…
Por: Edi Souza
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