segunda-feira, 19 de outubro de 2009

“Só a literatura salva”


“- Tomara que acorde em tormentos! - bradou ele com pavorosa veemência, batendo com o pé no chão e arquejando num paroxismo de insensato furor. - Então ela mentiu até ao fim! Onde estará? Não há de estar lá, no céu... nem se acabou... onde estará? Ah, disseste que não te importavas com o que eu sofresse... Pois faço uma oração... hei de repeti-la até que minha língua se paralise... Catherine Earnshaw, praza a Deus que não tenha descanso enquanto eu viver! Disseste que eu te matei... pois persegue-me agora com o teu fantasma!... Sei que a vítima persegue o seu assassino. E sei que andam almas penadas pela terra... Fica comigo para sempre... toma qualquer forma... enlouquece-me! Mas não me deixes neste abismo onde não te possa encontrar! Oh, Senhor! É inexprimível! Não posso viver sem a minha vida! Não posso viver sem a minha alma!"

WUTHERING HEIGHTS, O Morro dos Ventos Uivantes - Emily Brontë

Como diria uma pessoa especial, alguém intelectualmente interessante, “só a literatura salva” e eu completaria com a afirmação que: por meio da literatura podemos encontrar grandes respostas. Ela tem a faculdade intrínseca de desanuviar, dar luz ao conhecimento, elucidar questões insondáveis, trazer inúmeras respostas a dúvidas, mas também tem o poder de trazer mais e mais perguntas, argumentações, indagações da realidade, do visto e não visto, do dito e não dito, do real e irreal, do concreto e do imaginário… nas páginas dos livros é possível encontrar a nós mesmos e identificar emoções, sentimentos… o principal deles é o amor. Para se conhecer o amor, identificar a força deste sentimento supremo é preciso sentir, amar, mas a literatura nos dá mostras de todos os preâmbulos de Eros, pois belas e intensas histórias de amor estão imortalizadas nos escritos de Shakespeare, Camões, Machado de Assis, Emily Brontë… são muitos exemplos, mas hoje vamos nos ater a força da literatura feminina.

Emily Brontë foi uma escritora britânica, a qual viveu isolada da sociedade, distanciada das mazelas sociais, no entanto, deu ao mundo um presente: o livro O Morro dos Ventos Uivantes. Trata-se de uma narrativa brilhante em que se observa toda a dimensão do amor. Um amor que atravessa o tempo, a vida e a morte… um amor verdadeiro. A força deste amor é facilmente percebida no trecho supracitado, momento em que Heathcliff pronuncia a grandeza de seu sentimento, algo maior que ele e verbaliza de maneira veemente o que seria o mundo para ele sem a presença de Catherine Earnshaw, a sua amada.

Os seres humanos, quando amam de verdade e de repente se veem sem a presença da pessoa amada, são tomados pelo sofrimento, pela dor… a falta de perspectiva de norte, de direção, de alento. De uma hora para outra o mundo se transforma em algo sombrio, vazio, um abismo sem fim…

“Só a literatura salva”.

Por: Edi Souza

Um comentário:

  1. Olá meu querido amigo
    Eu sou filha de um iraniano e muçulmano.. Encontrei-me com seu blog lindo. Quanta informação você tem sobre o Islã?
    Eu te amo não saber. E se você tiver quaisquer perguntas sobre o Islã para lhe ajudar.
    Então, eu estou aguardando a sua presença no meu blog.

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